quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Auditar a dívida, romper com os sanguessugas!


                                                                                     por Mário Medina


A diferença de renda entre ricos e pobres sempre foi alarmante no Brasil. Todo mundo sabe disto. Não é novidade pra ninguém. A despeito dos discursos dos petistas que bradam terem eliminado a miséria no país, o Brasil continua a ostentar um dos maiores índices de concentração de renda do mundo. Nesse mês a Receita Federal divulgou tabela que revela bem essa realidade. Segundo a própria receita, menos de 1% dos brasileiros detém cerca de 30% da riqueza declarada.
Os dados estão no site da receita para que qualquer um tenha acesso. Segundo os dados, 71 mil brasileiros concentram 22% de toda riqueza. Essa elite representa 0,3% dos declarantes do imposto de renda em 2013. A concentração da renda no Brasil é de espantar qualquer um. 
Outra coisa que espanta é notar que os mais ricos pagam menos impostos, enquanto a fatia mais pobre da população paga mais. A receita aponta que os 72 mil brasileiros mais ricos são tributados em até 66% de sua renda, enquanto os cidadãos que ganham até cinco salários mínimos são tributados em 95% de seus ganhos.
Essa desproporção toda poderia ser corrigida caso houvesse vontade política para taxar as grandes fortunas. Se o Brasil tributasse lucros e dividendos de sócios e acionistas de empresas, por exemplo, coisa que acontecia até o ano de 1995, o país voltaria a arrecadar uma quantia de cerca de 50 bilhões, quase a mesma quantia que Dilma cortou no atual ajuste fiscal.
Na campanha presidencial do ano passado, nos acalorados debates de tv, os principais candidatos ao planalto sequer tocaram no tema. Com exceção dos presidenciáveis da chamada ultra-esquerda, PSOL, PSTU, PCB e PCO.
Luciana Genro, única candidata da esquerda a participar dos debates, propunha taxar em 5% as fortunas que ultrapassam 50 milhões de reais, o que uma parcela da esquerda julga pouco, mas que já faria uma diferença substancial na receita da união.
A queda da popularidade de Dilma tem tudo a ver com isso. Em tempos de crise, Dilma foi ao horário de propaganda e aos debates de tv assegurar que em seu segundo mandato asseguraria direitos, que não cortaria investimentos e que não elevaria os juros, entre outras propostas. 
Na mesma semana de sua vitória eleitoral deu ordens de elevar os juros, e em pouco tempo sua popularidade foi caindo conforme despejava o ônus da crise sobre os ombros dos trabalhadores.
O PT não tem vontade política de romper com os banqueiros e rentistas. Pelo contrário, faz de tudo para garantir as gordas fatias de lucros sobre juros. A dívida brasileira só faz crescer e Dilma, que tanto acusou os tucanos de plantar inflação pra colher juros, faz o mesmo jogo da direita agora que é governo. 
Aliás, Dilma só está no governo porque continua sendo funcional aos desejos da elite financeira do país. Verdade que uma ampla parcela desta elite prefere a gerência tucana, mas dificilmente haverá impeachment se Dilma continuar se dispondo a aplicar a linha política da direita. Como a direita vai batalhar pra derrubar um governo tão submisso, que abaixa a cabeça e faz todas as suas vontades? Repito, tem a direita que quer a cabeça de Dilma agora, mas a tendência é sangrarem o PT pra garantirem seu retorno via eleições de 2018.
Aos trabalhadores só resta romper definitivamente com o governismo do pelego PT e viabilizar alternativas de poder popular, com uma auditoria popular da dívida. Uma auditoria como esta poria a claro que não devemos mas que somos credores da burguesia sanguessuga.

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